Tudo
que há de mais belo está onde nossos olhos não alcançam muito menos
nossos meros conceitos morais sobre o que está em nossa frente.
Essência
é algo que introjetamos nos nossos primeiros anos de existência, onde
tudo ao redor nos preenche de forma a definir nosso verdadeiro eu. Por
vezes, o essencial se perde em meio a um ego vazio.
Pessoas,
situações, obrigações e conceitos, nos fazem muitas vezes agir bem
longe daquilo que nossa verdadeira essência necessita.
Ás
vezes, o coração bate forte, uma emoção diferente transborda no peito,
algo diferente domina o pensamento, o sorriso vem como um sinal de
felicidade, nessa hora a sensação é de como se tivéssemos voltado para
um lugar ou momento, que é o nosso lugar, o nosso momento.
Liberdade
é a palavra que mais combina com essência. As duas coisas, para que
aconteçam, não podem encontrar barreiras. Qualquer tipo de exigência ou
prisão não nos dá a liberdade que precisamos para mostrar
verdadeiramente quem somos.
O
eu mais autêntico se mostra longe do pensar, só acontece em momentos de
descuido. Nessa hora, pessoas muito estereotipadas, escapam de suas
vaidades e posições construídas, para se tornarem limpas, puras, mostram
a verdadeira cara.
Tudo
que se vê por ai nem sempre é aquilo que se mostra. Existe muita coisa
por trás de um sorriso, de um choro, de um olhar. As nossas defesas não
deixam escapar logo de cara a nossa natureza, seja por proteção ou por
medo. O lado mais obscuro ou mais bonito de alguém está mais escondido e
disfarçado do que imaginamos.
Para sentir e ver alguém, é preciso enxergar com a alma, os olhos muitas vezes enganam.
Pensamentos pré-concebidos deveriam ser deixados de lado.
Escutar é a ferramenta mais fácil para se chegar a quem verdadeiramente queremos conhecer.
Emoção é a palavra chave.
Quantas
vezes pessoas nos tocam com poucas palavras? E quantas vezes não
sentimos emoção alguma quando estamos ao lado de alguém? Aí
nos perguntamos: “quem é aquela pessoa que parece ser logo de cara, tão
estranha?”. Talvez se pensarmos bem, ela deve ter perdido sua essência
em algum momento de sua vida ou mesmo naquele momento. Ou pode ser que
ainda estejamos cegos, enxergando o externo, o efêmero, só o que se
mostra e não o que se esconde.
Podemos
refletir em como é bom sentir alguém por inteiro e que seja inteiro.
Não pela metade, fragmentado, falso, vazio. E se formos mais longe,
chegaremos à conclusão de que não é tão difícil entender as pessoas.
É
muito bom quando vamos além, rompendo barreiras e descartando nossos
medos. Assim as relações são mais verdadeiras, claras, o que permeia é o
respeito ao outro e a si mesmo.
Usando palavras tão conhecidas e tão bem colocadas de Saint- Exupéry, termino o texto: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
21/11/2011
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