sábado, 9 de junho de 2012

Essencial por Paula Chaves

Tudo que há de mais belo está onde nossos olhos não alcançam muito menos nossos meros conceitos morais sobre o que está em nossa frente.
Essência é algo que introjetamos nos nossos primeiros anos de existência, onde tudo ao redor nos preenche de forma a definir nosso verdadeiro eu. Por vezes, o essencial se perde em meio a um ego vazio.
Pessoas, situações, obrigações e conceitos, nos fazem muitas vezes agir bem longe daquilo que nossa verdadeira essência necessita.
Ás vezes, o coração bate forte, uma emoção diferente transborda no peito, algo diferente domina o pensamento, o sorriso vem como um sinal de felicidade, nessa hora a sensação é de como se tivéssemos voltado para um lugar ou momento, que é o nosso lugar, o nosso momento.
Liberdade é a palavra que mais combina com essência. As duas coisas, para que aconteçam, não podem encontrar barreiras. Qualquer tipo de exigência ou prisão não nos dá a liberdade que precisamos para mostrar verdadeiramente quem somos.
O eu mais autêntico se mostra longe do pensar, só acontece em momentos de descuido. Nessa hora, pessoas muito estereotipadas, escapam de suas vaidades e posições construídas, para se tornarem limpas, puras, mostram a verdadeira cara.
Tudo que se vê por ai nem sempre é aquilo que se mostra. Existe muita coisa por trás de um sorriso, de um choro, de um olhar. As nossas defesas não deixam escapar logo de cara a nossa natureza, seja por proteção ou por medo. O lado mais obscuro ou mais bonito de alguém está mais escondido e disfarçado do que imaginamos.
Para sentir e ver alguém, é preciso enxergar com a alma, os olhos muitas vezes enganam.
Pensamentos pré-concebidos deveriam ser deixados de lado.
Escutar é a ferramenta mais fácil para se chegar a quem verdadeiramente queremos conhecer.
Emoção é a palavra chave.
 Quantas vezes pessoas nos tocam com poucas palavras? E quantas vezes não sentimos emoção alguma quando estamos ao lado de alguém?  Aí nos perguntamos: “quem é aquela pessoa que parece ser logo de cara, tão estranha?”. Talvez se pensarmos bem, ela deve ter perdido sua essência em algum momento de sua vida ou mesmo naquele momento. Ou pode ser que ainda estejamos cegos, enxergando o externo, o efêmero, só o que se mostra e não o que se esconde.
Podemos refletir em como é bom sentir alguém por inteiro e que seja inteiro. Não pela metade, fragmentado, falso, vazio. E se formos mais longe, chegaremos à conclusão de que não é tão difícil entender as pessoas.
É muito bom quando vamos além, rompendo barreiras e descartando nossos medos. Assim as relações são mais verdadeiras, claras, o que permeia é o respeito ao outro e a si mesmo.
Usando palavras tão conhecidas e tão bem colocadas de Saint- Exupéry, termino o texto: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”

21/11/2011
 

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