“Você representa uma emoção, uma emoção artística. Mas você não é essa emoção, você representa. E ai vem a sua responsabilidade, se você é assediado, não é você, é a emoção que a sua arte causou. As pessoas vão lá para ver o Victor e Leo no show. Não, mas elas pode até achar que sim, mas elas vão pela emoção que a música causa nelas e nós somos os representantes palpáveis e visíveis”
Victor Chaves definiu muito bem, pelo menos pra mim, o que significa a emoção de uma música. A representação artística de uma canção e suas responsabilidades, um pensar mais ou menos assim: “o que essa música vai gerar nas pessoas?” Amor, ódio, inveja, reflexão, arrependimento. Enfim, são diversos os sentimentos que uma canção pode causar.
Eu vi uma diferença entre a emoção e o artista que muitas vezes se confunde, o púbico confunde e o próprio artista se confunde também. Vejo que o artista é o instrumento de uma emoção de momento, uma inspiração. A gente joga pra fora através da janela da alma essas emoções. Aquilo talvez não pertença mais a você e sim ao outro, ao mundo.
Eu corri pela direção contraria por muito tempo, achei que o dom da música me daria à recompensa maior, o sucesso. É preciso estar pronto para o sucesso, eu não estava e vejo tantos outros artistas que também não estão. Às vezes acho que o sucesso além de coroar a música ele ao mesmo tempo corrompe seu instrumento.A emoção é simples, ela não precisa de um milhão, ela precisa de um só para sua satisfação. Seu instrumento precisar ser humilde e “não viver de inventar e não ser”. Sempre pensei assim: “Se um dia, uma canção que fiz significar algo para alguém e de alguma forma aquilo mudar a vida desta pessoa, posso me dar por satisfeito”
Isso é coroar de verdade uma canção. Mas se naturalmente ela mudar a vida de muitas outras pessoas, melhor ainda. Saiba, não é você artista, e sim a canção, você é o instrumento da emoção. Um anjo do céu me disse uma vez que a canção “A Estrada” da banda Cidade Negra foi uma influência espiritual. Pensei nisso e ao ler a letra, percebi o quão profunda é. O artista canalizou essa emoção e cantou:
A vida ensina
E o vento trás o tom
Pra nascer uma canção.
Com a fé do dia-a-dia encontro a solução.
E o vento trás o tom
Pra nascer uma canção.
Com a fé do dia-a-dia encontro a solução.
Essa fé que me faz otimista até demais como canta Rogério Flausino, uma fé que não se abala. A fé é o combustível dos nossos sonhos. Os sonhos que se deixam levar pelas pretensões de sucesso e o sucesso nem sempre é o lugar que realmente nossas emoções deveriam estar. O sucesso é bom, ser famoso é ótimo, manter-se que é difícil. Talvez tuas emoções não precisem de um milhão de amigos, talvez ela se encaixe melhor nas ondas do teu radinho de pilha pra te sintonizar sozinha em uma ilha.
“Meu caminho só meu pai pode mudar”
Fonte: Blog Por Aí
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